Interpretação de texto - 8 Ano

1. Leia atentamente o texto a seguir.

O cavalo e o burro
Monteiro Lobato

O cavalo e o burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo contente da vida, folgando com uma carga de quatro arrobas apenas, e o burro — coitado! — gemendo sob o peso de oito.  Em certo ponto, o burro parou e disse:
— Não posso mais!  Esta carga excede às minhas forças e o remédio é repartirmos o peso irmãmente, seis arrobas para cada um.
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.
— Ingênuo! Quer então que eu arque com seis arrobas quando posso tão bem continuar com as quatro?  Tenho cara de tolo?
O burro gemeu:
— Egoísta,  Lembre-se que se eu morrer você terá que seguir com a carga de quatro arrobas e mais a minha.
O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta.
Chegam os tropeiros, maldizem a sorte e sem demora arrumam as oito arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta. E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade.

— Bem feito!  exclamou o papagaio.  Quem mandou ser mais burro que o pobre burro e não compreender que o verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da carga em excesso?  Tome!  Gema dobrado agora…

SANTOS, Theobaldo Miranda. Quarto Livro de Leitura: de acordo com os novos programas do ensino primário. In:  Criança brasileira.  Rio de Janeiro: Agir, 1949.
Disponível em: <http://peregrinacultural.wordpress.com>. Acesso em: 28 dez. 2012.

a) Avalie as afirmativas a seguir e assinale V quando verdadeira, ou F quando falsa.

(    F    )   O texto lido é um conto. 
(    V    )   O texto lido tem como finalidade criticar um comportamento humano ou passar um ensinamento.
(    F    )   O tema do texto é a falta de solidariedade entre as pessoas.   
(    V    )   Na fábula, características e atitudes humanas são representadas pelas personagens burro e cavalo. 
(    F    )   As ações do texto ocorrem numa cidade.  
(    V    )   O texto é narrado em 3ª. pessoa.  
(    F    )   O texto é informativo, logo, tem como objetivo informar. 
(    V    )   O advérbio destacado em “o remédio é repartirmos o peso irmãmente” tem origem na palavra irmã. A proposta do burro pode ser entendida como repartir como irmãos, ou seja, igualmente a carga.   
(    V    )   Um comportamento humano criticado na fábula é a arrogância.
(    F    )   As palavras “remédio”, “ingênuo” e “egoísta” enquadram-se na mesma regra de acentuação gráfica
(    V    )   No trecho “O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.”, podemos reconhecer a prosopopeia. 

b) Muitas vezes o significado de uma palavra pode ser evidenciado pelo contexto. Observe este trecho.

O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta.

O verbo destacado pode ser entendido como:

(     ) respondeu          (     ) ofendeu-se         (   X   ) ironizou         (     ) gargalhou

c) Uma das características do gênero textual representado pelo texto é a de haver uma moral da história que o encerre. Nesse caso, a fala do papagaio. Escreva um provérbio ou dito popular que possa funcionar como moral da história lida.
Sugestão de resposta — Nunca puxe o tapete dos outros. Afinal, você também pode estar em cima dele.

d) O cavalo, ao responder ao burro, diz a ele: “Tenho cara de tolo?”
Após ler o texto integralmente, especialmente a fala do papagaio, responda: Afinal, o cavalo foi ou não tolo ao recusar dividir a carga com o burro? Justifique sua resposta.
Espera-se que o aluno perceba que teria sido melhor para o cavalo ter aceitado a proposta do burro, pois carregaria apenas 6 arrobas. Com a morte do burro o cavalo teve de levar, sozinho, toda a carga, ou seja, 12 arrobas. Esse fato é percebido pelo papagaio que afirma que o burro foi mais perspicaz que o cavalo.

e) As falas dos personagens são apresentadas em discurso direto. Reescreva a primeira fala do burro no discurso indireto.
Ele disse que não podia mais, que aquela carga excedia suas forças e o remédio era repartirem o peso irmãmente, seis arrobas para cada um.

f) Observe o verbo de elocução utilizado na segunda fala do burro. Se compararmos esse verbo gemeu — com o que foi usado na primeira fala do burro disse —, o que podemos perceber sobre as condições físicas do burro?
O uso de gemeu evidencia que as condições físicas do burro estão piorando rapidamente, já que agora ele não tem forças nem mesmo para falar direito como fizera anteriormente.



2. Leia o texto e responda às questões.

O Mais Forte
Baixinho com músculos de aço

O animal mais forte do planeta pode estar bem pertinho de você. No jardim da sua casa, por exemplo. Embora caiba na palma da mão, o besouro rinoceronte (Oryctes rhinoceros) carrega, proporcionalmente, mais peso do que qualquer outro ser vivo. Quando se vê soterrado por galhos ou pedras, uma situação comum nas florestas tropicais onde vive, esse besouro consegue levantar até 850 vezes o próprio peso para escapar. É como se um homem carregasse um jatinho nas costas.
Só para comparar, os elefantes africanos, exaltados por sua extrema força, na verdade conseguem levantar apenas 25% do seu peso nas costas — algo como 1,5 tonelada. O besouro rinoceronte leva esse nome por causa do chifre, usado pelos machos apenas para disputar fêmeas ou território. Eles se alimentam de matéria orgânica em decomposição e, apesar da aparência assustadora, não mordem, não picam e nem são venenosos. Só não tente prendê-los com as mãos fechadas. Pode ser uma experiência humilhante.

• O melhor saltador do mundo animal também é uma velha conhecida. A comum pulga de cachorro salta 130 vezes o seu tamanho.
SUPERINTERESSANTE. São Paulo: Abril.
Disponível em: <http://super.abril.com.br>. Acesso em: 28 dez. 2012.

a) Onde o texto foi publicado?
No site da revista Superinteressante.

b) A que leitor se destina?
Jovem, interessado em informações e curiosidades.


c) O título de textos jornalísticos deve ser capaz de chamar a atenção do leitor. Analise o título e explique que estratégia foi utilizada para prender a atenção do leitor e fazê-lo ler o texto.
O título, assim como a gravata, traz informações curiosas sem, no entanto, nomear o animal “mais forte do planeta”. Isso aguça a curiosidade do leitor e o obriga a ler o texto para saber de que animal se trata.

d) Indique a que(m) se refere cada uma das palavras destacadas.

O animal mais forte do planeta pode estar bem pertinho de você.
Refere-se ao leitor.


No jardim da sua casa, por exemplo.
Refere-se à casa do leitor.


Quando se vê soterrado por galhos ou pedras, uma situação comum nas florestas tropicais onde vive, esse besouro consegue levantar até 850 vezes o próprio peso para escapar.
Refere-se ao besouro rinoceronte.


Só para comparar, os elefantes africanos, exaltados por sua extrema força, na verdade conseguem levantar apenas 25% do seu peso nas costas — algo como 1,5 tonelada.
Refere-se a elefante africano.


O besouro rinoceronte leva esse nome por causa do chifre, usado pelos machos apenas para disputar fêmeas ou território.
Refere-se a rinoceronte.


e) O autor concluiu o texto de forma bem-humorada, com um conselho.

Só não tente prendê-los com as mãos fechadas. Pode ser uma experiência humilhante.

Explique por que esse conselho já que o besouro rinoceronte não morde, pica ou é venenoso.
O conselho “brinca” com o fato de o besouro, por ser um animal proporcionalmente mais forte, não se deixaria prender por um ser humano. Logo, o leitor seria vencido por um besouro.

3. Leia a narrativa a seguir para responder às questões.

Por que a girafa não tem voz

Houve uma época em que os animais da floresta falavam todos a mesma língua. A girafa gostava de se vangloriar dizendo que era a rainha dos bichos porque tinha o pescoço mais comprido. Como era mais alta que os outros, costumava ficar olhando para o céu e conversando sozinha consigo mesma.
Os outros bichos logo começaram a se irritar com essa mania da girafa, especialmente na hora em que tentavam tirar uma soneca depois do almoço.
Irritados, começaram a traçar um plano para silenciar a chata da girafa. O leopardo foi até a grandalhona e provocou:
Você fica aí contando vantagem o dia inteiro, mas tem coisas que não sabe fazer.
A girafa, que era muito atrevida, gritou:
O que, por exemplo?
Correr mais rápido do que eu — desafiou o veloz leopardo.
Aceito — respondeu a girafa, sem pestanejar. — Me avise a hora e o lugar.
O dia da corrida foi logo marcado. O leopardo, certo que ia vencer, convocou todos os animais da floresta para vê-lo derrotar a grandona. Os bichos correram para se divertir e torcer pela derrota da girafa.
Assim que foi dada a largada, os dois saíram em disparada lado a lado, mas logo o leopardo tomou a dianteira. Corria tanto que acabou chocando-se contra uma árvore e teve de abandonar a competição.
A bicharada ficou muito decepcionada ao ver a girafa se tornar campeã. Depois da vitória, ela ficou mais faladora ainda.
Ninguém tinha mais paciência para aguentar aquele blá-blá-blá infindável. Até que o macaco, esperto como ele só, resolveu dar um jeito na questão.
Ele tirou um bocado de resina de uma árvore e misturou-a na ramaria que a girafa costumava mastigar. Depois, escondeu-se, esperando a falastrona chegar para comer.
As folhas prenderam-se no comprido pescoço da girafa e, por mais que ela tossisse e cuspisse, ficaram grudadas em sua garganta, calando-a para sempre. Daí em diante seus descendentes passaram a nascer sem voz.
Disponível em: <http://leiturasehistorias.blogspot.com.br>. Acesso em: 31 dez. 2012.

a) Como a girafa é retratada no texto?
Indique suas características físicas:
alta, pescoço comprido.


características psicológicas:
falastrona, gosta de se vangloriar, atrevida, considera-se melhor que os outros.


b) Identifique, no texto, que parte do enredo corresponde a

Situação inicial
Todos os bichos falavam a mesma língua e a girafa era muito falastrona. Ela se vangloriava por ser a mais alta.
Conflito
Os outros bichos começaram a se irritar com a girafa porque ela tagarelava demais.
Desenlace
O macaco misturou resina às folhas que a girafa costumava comer. Assim, as folhas grudaram na sua garganta, impedindo-a de falar.
 
c) O tempo da história é determinado ou indeterminado? Justifique sua resposta com um trecho do texto.
Indeterminado. “Houve uma época”
d) Onde se passa a história?
Numa floresta.

e) O texto lido, em virtude de sua função e estrutura, pode ser considerado

(     ) uma fábula.      (  X  ) uma lenda.          (     ) um texto informativo.
  
f) Justifique sua resposta na questão anterior.

Sugestão de resposta — Lendas são narrativas sobre a origem das coisas. Nesse caso, procura explicar por que motivo a girafa não tem voz.

1. Leia a biografia a seguir. Depois, faça o que se pede.


Santos Dumont: vida e morte de um bon vivant


Na virada dos séculos XIX e XX, Santos Dumont era uma celebridade. E, a exemplo de muitas pessoas famosas, sua vida pessoal era e é até hoje alvo de controvérsias


Luiz Guedes Jr. | 01/09/2006 00h00

No ano em que se comemora o centenário do maior feito de um brasileiro para o mundo, o voo inaugural do 14 Bis, em 23 de outubro de 1906, Alberto Santos Dumont permanece um estranho entre seus conterrâneos. Muito antes de Pelé e Ayrton Senna, ele foi o primeiro a conseguir projeção internacional empunhando a bandeira verde e amarela. Muitos conhecem a saga do “pai da aviação”, contada e recontada nos livros escolares. Mas pouca gente sabe realmente quem foi o personagem que se aventurou a desbravar os céus. Que tipo de homem se escondia atrás dos longos bigodes, das vestes impecáveis e do inseparável chapéu panamá?
As polêmicas que cercam a vida do inventor, comumente omitidas do grande público, são reveladas nas biografias disponíveis em diversas línguas. Especulam, principalmente, sobre a sexualidade, a fama de mau perdedor e a doença que o levou ao suicídio. Mas esses são apenas pequenos tópicos de uma vida tão rica em detalhes quanto a trajetória que levou o homem a construir máquinas voadoras. Santos Dumont voou muito além do que contam os livros de colégio. [...]

A vida em Paris

O mundo de Santos Dumont ganhou novas dimensões quando ele tinha 18 anos. Seu pai sofrera uma queda de cavalo e acabou hemiplégico aos 60 anos. Sem chances de cura no Brasil, vendeu os negócios da família por 6 milhões de dólares (uma fortuna hoje, e ainda maior naquele tempo) e partiu para a Europa com a esposa e o jovem Alberto. A esperança de cura estava em Paris, onde Louis Pasteur revolucionava a medicina com suas vacinas.
As descobertas na capital francesa encantaram o jovem brasileiro, em especial os motores de combustão interna, que ele jamais havia visto. Em visita à fábrica da Peugeot, comprou um dos dois únicos automóveis produzidos pela marca naquele ano de 1891. Poucos meses depois, após seu pai perceber que a medicina europeia não lhe restauraria a saúde, voltou com a família para o Brasil, trazendo a bordo do navio o estranho veículo de apenas 3,5 cv (capaz de atingir 16 quilômetros por hora). Ao dirigir a novidade nas ruas de São Paulo, Santos Dumont não só espantou os pedestres, mas também ficou conhecido como a primeira pessoa a circular de automóvel em toda a América do Sul.
Sem esperanças de cura, Henrique teve uma longa conversa com o filho. Disse-lhe que não precisaria se preocupar em ganhar dinheiro e adiantou-lhe a herança de meio milhão de dólares. Depois, instruiu-o a voltar a Paris, onde parecia ter se adaptado muito bem. Santos Dumont seguiu o conselho. Chegou à Cidade Luz no verão de 1892, e seu pai morreu em agosto. Tímido para frequentar qualquer universidade, recorreu a um professor particular, que desenvolveu um intenso programa de estudos englobando física, química, engenharia mecânica e elétrica. Ocasionalmente, visitava os primos na Inglaterra, onde aproveitava para assistir às aulas na Universidade de Bristol. Como era aluno ouvinte, não corria o risco de ser interrogado em público.

O estilo Dumont

Somente após cinco anos como “cidadão francês”, o brasileiro iniciou suas experiências com balões. Naquela época, a aeronáutica funcionava como um clube de cavalheiros, e Santos Dumont foi imediatamente aceito por sua origem abastada. Em pouco tempo, seus inventos ganharam espaço na imprensa local e internacional, e o brasileiro tornou-se coqueluche na alta sociedade europeia. Foi talvez o homem mais prestigiado e um dos mais noticiados em todo o mundo no início do século 20. E sua imagem elegante estampava caixas de charutos, fósforos e até de aparelhos de jantares. Estilistas prosperaram com réplicas de seu chapéu e dos colarinhos altos e duros, que ele mesmo desenhara de modo a alongar seu pescoço e disfarçar a baixa estatura (cerca de 1,60 metro). Outros artifícios com essa finalidade eram os ternos sempre escuros com listras verticais, os sapatos com saltos e o tradicional chapéu panamá.
Apesar dos recursos para parecer mais alto, os jornais lhe deram o apelido carinhoso de “petit Santos”, o que muito o incomodava, embora continuasse a ditar moda [...].

Os últimos dias

Depois do histórico voo com o 14 Bis, em 1906, Santos Dumont entrou num período de depressão. O sucesso com os aeroplanos parecia não mais animá-lo. Ele acusava os amigos de o terem abandonado, lamuriava-se de seu físico diminuto – fato que o ajudou na aeronáutica e dizia a todos que estava sem dinheiro. Ninguém acreditava, mas, para animá-lo, aconselhavam-no a patentear seus inventos. Proposta imediatamente recusada. Eram seus presentes para a humanidade, dizia. “Prefiro terminar num asilo de pobres a cobrar o privilégio de copiar meus experimentos aéreos.”
Em 4 de janeiro de 1910, sofreu um acidente sério com o Demoiselle, seu avião de uso pessoal. Foi a última vez que pilotou uma aeronave. Sua saúde piorou. Passou a ter visão dupla e fortes crises de vertigem. Alguns médicos diagnosticaram que Santos Dumont, aos 36 anos, sofria de esclerose múltipla. Outros atribuíram os sintomas a problemas psíquicos.
[...]. Projetou em Petrópolis (RJ) uma casa de arquitetura bastante avançada para a época, chamada de “Encantada”. Mas Santos Dumont nunca parou por muito tempo num só lugar. Revezava-se entre Petrópolis e clínicas de repouso na França e na Suíça. Num de seus retornos ao Brasil, em 1928, um hidroavião batizado com seu nome explodiu enquanto voava para saudar a sua chegada na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. As 12 pessoas a bordo morreram no acidente, visto de perto por Santos Dumont, que observava tudo de pé no convés.
O episódio só agravou a saúde mental do aviador. [...]
Disponível em: <http://guiadoestudante.abril.com.br>. Acesso em: 24 fev. 2013. (Fragmento)

a) Complete o quadro com as informações solicitadas.

Suporte
Site
Autor
Luiz Guedes Jr.
Intenção do texto
Narrar a história de vida de Santos Dumont.
Linguagem
Norma-padrão

b) O título e a linha fina do texto nomeiam o biografado e adiantam algumas de suas características. Como Santos Dumont é caracterizado nesse momento?
Como bon vivant e celebridade.

c) Leia as sentenças a seguir e assinale V para aquelas que julgar verdadeiras e F, para as falsas.

O texto traz informações como data e local de nascimento e principais fatos de sua vida em ordem cronológica. (  )
Segundo o texto, é correto afirmar que Santos Dumont era audacioso, corajoso, comunicativo e excêntrico. (  )
As informações nessa biografia se restringem às conquistas e invenções do biografado, não comentando sua vida pessoal. (  )
O texto praticamente se restringe a comentar a invenção do 14 Bis. (  )

d) Indique, destacando no texto, os termos que fazem referência a Santos Dumont.

Somente após cinco anos como “cidadão francês”, o brasileiro iniciou suas experiências com balões. Naquela época, a aeronáutica funcionava como um clube de cavalheiros, e Santos Dumont foi imediatamente aceito por sua origem abastada. Em pouco tempo, seus inventos ganharam espaço na imprensa local e internacional, e o brasileiro tornou-se coqueluche na alta sociedade europeia. Foi talvez o homem mais prestigiado e um dos mais noticiados em todo o mundo no início do século 20. E sua imagem elegante estampava caixas de charutos, fósforos e até de aparelhos de jantares. Estilistas prosperaram com réplicas de seu chapéu e dos colarinhos altos e duros, que ele mesmo desenhara de modo a alongar seu pescoço e disfarçar a baixa estatura (cerca de 1,60 metro). Outros artifícios com essa finalidade eram os ternos sempre escuros com listras verticais, os sapatos com saltos e o tradicional chapéu panamá.
Apesar dos recursos para parecer mais alto, os jornais lhe deram o apelido carinhoso de “petit Santos”, o que muito o incomodava, embora continuasse a ditar moda [...].


e) Avalie as orações a seguir e registre PV para predicado verbal e PN, para predicado nominal.

Santos Dumont era uma celebridade. ___PN___
Alberto Santos Dumont permanece um estranho entre seus conterrâneos. ___PN___
Muitos conhecem a saga do “pai da aviação”, contada e recontada nos livros escolares. ___PV___
Que tipo de homem se escondia atrás dos longos bigodes, das vestes impecáveis e do inseparável chapéu panamá? ___PV___

2. O texto a seguir é uma charge. Leia-a com atenção e responda às questões.

a) Explique de que resulta o humor da tira.
No segundo quadrinho há quebra da expectativa quanto ao sentido de se associar a mulher à expressão avião. Normalmente, ao se realizar essa associação, pretende-se dizer que a pessoa é bonita. Na charge, o ponto em comum entre a mulher e um avião é o fato de se atrasarem muito.

b) Uma das características do gênero charge é a linguagem coloquial. Transcreva do texto um trecho em que observe a linguagem coloquial.
Vocêum avião / Atrasada pra caramba.


3. Leia um trecho de Diários Descobertos Santos Dumont.

Fazenda Arindeúva, 22 de junho de 1886
Espero, sinceramente, que meu pai nunca leia este diário. Não pelo conteúdo. Nada disso. Não há segredo algum nestas linhas. Ocorre que ontem, ao folhear sua biblioteca, dei de cara com a ilustração ao lado. O primeiro voo de balão do mundo. Não resisti e, na surdina, arranquei a página para colá-la aqui. Se meu pai encontra um de seus livros rasgado, não quero nem ver... Mas não me arrependo. (Claro que afirmo isso só porque minha infração ainda não foi descoberta. Se o for, tenho certeza de que me arrependerei. E muito.) 
O primeiro voo de balão do mundo. O primeiro. E nem faz muito tempo, pouco mais de cem anos. Joseph e Etienne Montgolfier, dois irmãos franceses da cidade de Annonay. Diz-se que a ideia surgiu quando um deles jogou, sem querer, um papel de pão na lareira e este, acidentalmente cônico, subiu até a chaminé sem se queimar. Daí começaram a estudar e construíram um balão de trinta e dois metros, todo em papel e seda, movido a ar quente. Repare na quantidade de gente aplaudindo. Provavelmente a cidade inteira. Imagine, nunca ninguém vira nada semelhante. Deve ser bom. Bem bom. Observar, lá de cima, a cidade inteira aplaudindo.
Não que os irmãos Montgolfier tivessem visto. Eles não estavam lá em cima. Ninguém voou naquele balão. Contudo, dois meses depois, a 10 de setembro de 1783, eles fizeram subir o primeiro balão tripulado da história, nos jardins do Palácio de Versalhes. Mais uma vez, a multidão aplaudiu. Mais uma vez, eles não viram. Joseph e Etienne Montgolfier também não estavam no balão. Não. Os primeiros terráqueos a voar, em toda a história mundial, foram: um porco, um galo e uma ovelha.
Um porco, um galo e uma ovelha? Que coisa. Será que os irmãos eram medrosos? Ou o balão deles era perigoso mesmo, e não quiseram arriscar a pele? Sei lá...

PIQUEIRA, Gustavo. Eu e os outros pioneiros da aviação. São Paulo: Escala Educacional, 2008. Série Diários Descobertos.

a) Quando o trecho foi escrito?
Em 22 de junho de 1886.

b) Diário é um relato pessoal, escrito em primeira pessoa, do que acontece no cotidiano. Quem é o autor do texto? Qual acontecimento relatado no fragmento parece exercer grande fascínio sobre Dumont?
O menino Alberto Santos Dumont. O primeiro voo de balão.


4. Transcreva do texto uma oração cujo verbo é transitivo.
Sugestão de resposta — (...) construíram um balão de trinta e dois metros (...)
Há outras respostas possíveis.

5. Leia o texto e apresente a função sintática dos termos destacados.

Espero, sinceramente, que meu pai nunca leia este diário (a). Não pelo conteúdo. Nada disso. Não há segredo algum nestas linhas (b). Ocorre que ontem, ao folhear sua biblioteca, dei de cara com a ilustração ao lado. O primeiro voo de balão do mundo. Não resisti e, na surdina, arranquei a página para colá-la aqui. Se meu pai encontra um de seus livros rasgado (c), não quero nem ver... Mas não me arrependo. (Claro que afirmo isso só porque minha infração ainda não foi descoberta (d). Se o for, tenho certeza de que me arrependerei. E muito.) 

a) objeto direto                                           
b) adjunto adverbial de lugar
c) predicativo do objeto                             

d) predicativo do sujeito

6. Como afirma Sérgio Roberto Costa, na obra Dicionário de gêneros textuais (Editora Autêntica), “com as novas tecnologias, o gênero diário evoluiu e passou a ser compartilhado com outros indivíduos. Nos anos 90, pessoas comuns começaram a criar sites e neles escrever um diário ou jornal íntimo”. Esses sites passaram a ser conhecidos como weblogs ou blogs. A seguir, reproduzimos uma página do blog Cantanhede News:


a) A obra Dicionário de gêneros textuais define blog como um jornal/diário digital/eletrônico pessoal publicado na web, normalmente com toque informal, atualizado com frequência e direcionado ao público em geral (p. 45). Tendo em mente essa definição, responda:
É possível saber se houve atualização no blog Cantanhede News? Como isso é percebido?
Sim. Há menção da data do post: QUINTA-FEIRA, JANEIRO 31, 2013.
    

b) Ainda de acordo com o dicionário, os blogs se dividem em pessoais, que são uma espécie de diário, em que se relatam fatos do cotidiano, pensamentos, observações, opiniões, e os blogs informativos, cujos alvos são grupos de leitores com interesses comuns. O blog reproduzido é considerado pessoal ou informativo? Justifique sua resposta.
Informativo, pois se percebe que o blog traz biografia e reportagens. Percebe-se a intenção também em seu nome, Cantanhede News, cujo termo em inglês significa notícias.

c) Por que é possível afirmar que o site traz biografia de homens notáveis?



Pela expressão Série Heróis da Humanidade — Hoje Santos Dumont.

1. Leia o texto abaixo.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Méliès e irmãos Lumière: visões acerca do cinema


É um fato conhecido que os irmãos Lumière levam o crédito de pais do cinema. E que Georges Méliès é o pai dos efeitos especiais. Contemporâneos, todos tinham visões diferentes sobre a utilidade do cinematógrafo.

Louis e Auguste Lumière
Embora a invenção do cinema anteceda Louis (1864-1948) e Auguste (1862-1954) Lumière, eles são os responsáveis pela criação do cinematógrafo, instrumento que permite a captação de movimento e a projeção desse movimento. Thomas A. Edison, inventor da lâmpada, já havia realizado experimentos na área, porém sem sucesso. Embora a invenção de Edison, o quinetógrafo, conseguisse captar o movimento, não conseguia projetar numa tela, sendo possível apenas a uma pessoa assistir de cada vez. Contam que Edison buscava o cinema sonoro, que seria impossível sem antes a captação do movimento e com os avanços tecnológicos da época.
Embora seja dito que os irmãos Lumière defendiam o uso do cinematógrafo apenas para fins científicos e de registro, a primeira exibição, no Grand Café, na cidade de Paris em 28 de dezembro de 1895 já atestava ao menos a finalidade de entretenimento.
Como provam os primeiros filmes realizados por eles, embora entretenimento, os curtas pertencem ao que chamamos hoje de documentário, já que são o retrato fiel de uma época, a captação do fato no momento em ocorre, portanto a finalidade cientifica seja a mais creditada. Devido a esse aspecto real, os filmes eram sucesso de público. Embora muitos dos que assistiam às sessões, acreditassem se tratar de um mero ilusionismo, a invenção logo foi popularizada e propagada.
[...]
O cinema poderia ter apenas duas finalidades: ciência ou arte. Se os irmãos Lumière se encarregaram da primeira, devemos agradecer a Georges Méliès (1861-1938) a segunda, que trouxe o veio artístico.
Presente na primeira exibição do cinematógrafo, Georges Méliès, daria outros fins à invenção. Ao se negarem a vender ao ilusionista um dos aparelhos, os irmãos, incentivariam que Méliès construísse a sua própria.

George Méliès
Vindo do teatro, Méliès era um mágico, um entertainer, que viu na câmera a possibilidade de construir sonhos jamais imaginados. Com truques e efeitos de câmera, Méliès encantou e maravilhou pessoas de sua época.
Responsável por introduzir no cinema vários efeitos especiais básicos, o mágico foi o responsável pela criação dos gêneros de fantasia, comédia e ficção científica na sétima arte. De fato, “Viagem à Lua”, de 1902, é considerado o primeiro filme de ficção cientifica da história. Escrevendo, dirigindo e atuando, Georges Méliès produziu cerca de quinhentos filmes, a maior parte perdida nas Guerras.
[...]
Muito embora alguns críticos não considerem as produções da época como arte, e sim como entretenimento, foram essas que permitiram o surgimento do cinema como grande contador de história e com veia artística.
BILHARINHO, Guido. Irmãos Lumière – a invenção do cinema – a memória da imagem e a viagens imaginárias de Georges Méliès – a imagem da memória, In: Clássicos do cinema mudo. Uberaba, 2003. Disponível em: <http://devaneiosregi.blogspot.com.br/2012/10/melies-e-irmaos-lumiere-visoes-acerca.html>. Acesso em: 9 abr. 2013.

a) Considerando o texto lido, preencha a tabela com as informações solicitadas.
título
Méliès e irmãos Lumière: Visões acerca do cinema
suporte
Site da internet/ blog
gênero
Relato histórico
intenção
Registrar a história do cinema em uma sequência cronológica

b) O texto apresenta duas visões sobre o cinema.
·      Quais são elas?
Ciência ou arte.

·      Com qual das duas você se identifica? Justifique.
Resposta do aluno. Avalie se a argumentação apresentada é coerente com o posicionamento.

c) Segundo o texto, os filmes dos irmãos Lumière pertenceriam ao gênero documentário. Por quê?
Porque são o retrato fiel de uma época, a captação do fato no momento em ocorre.


d) Analise os períodos apresentados a seguir e indique a correta função sintática do termo destacado.

·      O cinematógrafo permite a captação do movimento.
Complemento nominal

·      Todos tinham visões diferentes sobre a utilidade do cinematógrafo.
Adjunto adnominal

·      Os irmãos Lumière defendiam o uso do cinematógrafo apenas para fins científicos e de registro.
Objeto direto
·      Os filmes eram sucesso de público.
Predicativo do sujeito

e) Reescreva a frase a seguir na voz passiva.
Georges Méliès produziu cerca de quinhentos filmes.
Cerca de quinhentos filmes foram produzidos por Georges Méliès.


·      Qual efeito de sentido se verifica ao alterar-se a voz verbal nessa frase?
Alterando-se a voz verbal, destaca-se a informação “cerca de 500 filmes” e a informação de quem produziu esses filmes, Georges Méliès, torna-se secundária, complementar.

2. Leia o texto a seguir para responder às questões propostas.
CINEMA De 17 a 23 de fevereiro de 2012
Estreia 17 fevereiro


            (Hugo, Estados Unidos, 2011) Com o maior número de indicações ao Oscar deste ano, 11 no total, incluindo a de melhor longa, o filme A Invenção de Hugo Cabret é a prova de que o diretor americano Martin Scorsese estreou bem na tecnologia 3D. Vivendo em uma estação de trem na Paris da década de 1930, o jovem Hugo tenta desvendar o mistério por trás de um robô deixado por seu falecido pai. Para isso, conta com a ajuda do dono de uma loja de brinquedos e de sua sobrinha. Com base no livro homônimo do escritor americano Brian Selznick, o filme foi dirigido pelo experiente Scorsese, vencedor de uma estatueta pelo filme Os Infiltrados (2006), mas novato no cinema voltado também para crianças, ao contrário de suas aclamadas obras Taxi Driver(1976) e Ilha do Medo (2010).
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/imperdivel/cinema/a-invencao-de-hugo-cabret/>.
Acesso em: 2 abr. 2013.
a) Qual a intenção de uma sinopse?
Apresentar, de forma breve, informações a fim de convencer o leitor do texto a assistir a determinada peça ou a algum filme, ou a ler um livro específico.


b) Qual a variedade linguística utilizada no texto?
Norma padrão.

c) Qual o público alvo?
Leitores em geral.

d) Uma sinopse apresenta diversas informações.

·      Qual o título do filme no Brasil? E qual o título original?
HugoA invenção de Hugo Cabret

·      Copie o trecho em que há informações sobre o enredo do filme.
Vivendo em uma estação de trem na Paris da década de 1930, o jovem Hugo tenta desvendar o mistério por trás de um robô deixado por seu falecido pai. Para isso, conta com a ajuda do dono de uma loja de brinquedos e de sua sobrinha.

·      Em que ano o filme foi lançado?
2011

·      Quem é o diretor do filme?
Martin Scorsese

·      Qual o público-alvo desse filme?
Crianças


3. Leia agora o fragmento de uma resenha do livro A invenção de Hugo Cabret.

[...]
A história é narrada em terceira pessoa e parece um filme. Sim, um filme! Isso acontece porque o livro é cheio de imagens e tem uma diagramação incrível, o texto dialoga com as imagens, fazendo com que o leitor tenha uma sensação de estar vendo uma tela de cinema. O autor Brian Selznick ou quem quer que tenha feito isso acertou em cheio. O enredo é meio lento no começo, mas com o passar das páginas a leitura entra no ritmo. É uma história envolvente e fofa. Hugo é um personagem legal e bem maduro para a idade dele. Papa George é um senhor misterioso e que tem um passado incrível. O que eu mais gostei é que conta como foi que a história do cinema se iniciou e o Hugo tem uma relação muito especial com os filmes por causa do pai dele.
         
 Eu li esse livro em inglês, então é provável que eu tenha tido uma visão diferente da história. Apesar de ter 524 páginas é uma leitura bem rápida, até em inglês! Isso por causa das imagens que complementam a história e deixam tudo mais emocionante. Eu amei o final! Achei que foi bastante certo e me deixou com uma sensação de dever cumprido, já que o Hugo recebeu o que merecia.
Como eu disse, o ponto alto da leitura são as imagens, eu achei essa uma proposta superlegal, por isso vou por algumas aqui.
[...]
Disponível em: <http://www.bananapirata.com/2012/02/resenha-de-invencao-de-hugo-cabret-por.html>. Acesso em: 10 abr. 2013.

a) A linguagem observada nesse fragmento é mais informal, coloquial que a utilizada na sinopse. Copie um trecho que exemplifique essa afirmação.
Por exemplo, “é um leitura bem rápida”; “Eu amei o final”; “eu achei essa uma proposta superlegal”.


4. Leia a charge a seguir.


a) De que forma a linguagem utilizada é responsável pelo efeito de humor da charge?
O menino utiliza uma variedade linguística informal caracterizada pelo uso de estrangeirismos, gírias, abreviações. Isso causa surpresa e incompreensão para a professora, especialmente por ser a professora de língua portuguesa.

b) A linguagem utilizada pelo aluno é adequada à situação comunicativa apresentada na charge?
Não. Por estar falando com a professora, principalmente de português, esperava-se que ele utilizasse uma variedade mais monitorada, mais próxima à norma culta. 


5. Escreva um parágrafo dissertativo-argumentativo, com base na seguinte questão: Será que existe uma forma certa, ou errada, de falar? Lembre-se de adequar seu texto ao tema proposto e à estrutura, à linguagem e à finalidade características do gênero. Tenha em mente um interlocutor jovem.
Resposta do aluno.






1. Leia o poema de Carlos Drummond de Andrade para responder ao que se pede.

Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

a) O poema aborda uma temática frequente na literatura, especialmente na poesia. O que o torna original é a forma como o autor aborda o tema. Que tipo de visão sobre o amor e o relacionamento amoroso o texto apresenta?
Espera-se que os alunos observem que o poema traz o desencontro amoroso. É interessante notar, ainda, o destino trágico reservado aos amantes. Ironicamente, quem se casa é Lili, “que não amava ninguém”.

b) A linguagem observada no poema pode ser considerada formal ou coloquial? Justifique.
Coloquial. O aluno pode indicar como justificativa a repetição da expressão “que amava”; o uso do verbo ir acompanhado da preposição para e a expressão “ficar para tia”.

2. Leia este outro texto que dialoga com o poema de Drummond.

Quadrilha Corp.
João mandava em Teresa que mandava Raimundo
que manda em Maria que mandava Joaquim que mandava Lili
que era raspa de tacho no organograma e não mandava em ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o concorrente,
Raimundo subiu e foi desastre, Maria ficou para tia do departamento,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que comprou 51% das ações e passou a mandar nessa história.
BESSA, Celso. Disponível em: <http://celsobessa.wordpress.com/2006/06/01/drummond-quadrilha-corporativa/>. Acesso em: 10 maio 2013.

a)    O tema do texto é o mesmo do poema de Drummond? Justifique.
Não. O poema de Bessa não trata de desencontros amorosos.



b)    Observe o título Quadrilha Corp.. A que palavra a abreviação “Corp.” faz referência?
À palavra Corporativo.

c)    De que forma esse poema dialoga e atualiza o texto de Drummond?
Espera-se que os alunos observem a estreita relação entre os textos, a começar pelo título, a repetição da estrutura e de expressões. No entanto, agora, trata-se de relacionamentos profissionais em ambiente corporativo, o que atualiza o texto de Drummond expondo uma característica dos dias atuais. Os alunos também poderão notar a relação entre termos dos dois poemas: amava/mandava; convento/concorrente; morreu de desastre/ e foi um desastre.


d)    A leitura do poema de Bessa por um leitor que conheça o texto de Drummond e por um leitor que não tenha esse conhecimento não será a mesma. De que maneira conhecer o texto de Drummond interfere na leitura do poema de Bessa? Explique.
Espera-se que os alunos apontem a importância da bagagem cultural ou do repertório de leituras do leitor quando em contato com novos textos, de forma a ter acesso a um leque maior de significações.

3. Leia o texto a seguir e responda ao que se pede.

Apenas um pôster na parede
Os ídolos antigamente representavam o ideário de uma geração. Hoje, são diversão pura e simples
Cecília Negrão

       A expressão “o ídolo de toda uma geração” não faz mais sentido nos dias de hoje. No passado, as gerações se definiam pelos ícones que as representavam. James Dean era o inspirador da “juventude transviada” dos anos 50. Os Beatles e os Rolling Stones, da turma do “sexo, drogas e rock’n’roll”. Madonna, com suas canções e sua atitude, liderava a juventude “com licença, eu vou à luta”, da década de 80.
       E a geração atual? Pode-se dizer que ela não cola um pôster na parede. Cola vários. [...] É infiel por natureza. Isso pode chocar os mais velhos, que se acostumaram a passar a adolescência orando para um único roqueiro no altar do quarto.
       “Eu era fã de Roberto Carlos e amava os Beatles com a certeza de que seria para sempre”, diz a bancária paulista Neise Soares, de 47 anos. “Minha filha não pode dizer o mesmo em relação a ninguém”. A filha de Neise é a estudante Flávia Gianesella, de 16 anos. Ela coleciona pôsteres com duas amigas, Nádia Yashimoto, de 17 anos, e Nataly Moura, de 16. [...] Elas juntam tudo. Além de pôsteres, camisetas, revistas, livros, figurinhas e até pirulitos. Quando a onda passa, guardam tudo na gaveta e começam outra coleção. [...]

 

 
 








Beatles e Rolling Stones
Símbolos da juventude engajada dos anos 60. Os Beatles eram cabeludos, irônicos e provocativos. Os Stones, mais cabeludos, mais irônicos e mais provocativos

       Dizer que se trata de uma geração volúvel não passa de simplificação. O que ocorreu, na verdade, é que mudou a relação do adolescente com seu ídolo. Eleger modelos é próprio da idade. Como diz o psiquiatra paulista Jairo Bouer, a idolatria juvenil é despertada já entre os 13 e os 15 anos, com “a descarga de hormônio no sistema nervoso central”. A diferença é que, no passado, os ídolos serviam para definir turmas e posavam de guardiães de determinados valores. Quem era fã dos Beatles, que representavam a rebeldia, não podia ser fã dos Rolling Stones, que representavam uma rebeldia ainda maior. No Brasil, quem curtia a jovem guarda não frequentava shows dos tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, e vice-versa. Hoje, a identificação com turmas é muito menor que há dez ou vinte anos. Também saiu de moda o artista que representava um estilo de vida, como James Dean nos anos 50. Hoje, de seus ídolos, os adolescentes querem apenas a diversão. Colecionar figurinhas. Guardar pôsteres. Comprar roupas parecidas. Urrar de paixão nos shows. E depois ir para casa dormir, pensando que amanhã será outro dia. Talvez com um ídolo novo.

a)    Qual o assunto da reportagem?

A relação entre a juventude atual e seus ídolos.

b)    Que palavra no título denota uma avaliação subjetiva?

Apenas.

c)    A reportagem compara e opõe a geração atual de jovens às anteriores. Aponte uma semelhança e uma diferença entre a geração atual e às anteriores, presentes no texto.

Em comum, a geração atual, assim como as demais, tem ídolos. A diferença está no papel que esses ídolos têm. Enquanto no passado os ídolos representavam anseios e estilos de vida jovens de sua respectiva época, hoje são substituídos rapidamente por outros.

d)    O texto cita ídolos jovens de diferentes períodos. Segundo as informações do texto, relacione cada época ao respectivo ídolo.

(  1  ) década de 1950                                            (  3  ) Madonna
(  2  ) década de 1960                                            (  1  ) James Dean
(  3  ) década de 1980                                            (  2  ) The Beatles
                                                                                   (  2  ) Rolling Stones

4. Leia.

A geração atual não cola um pôster na parede, cola vários.

Copie da frase 1 adjunto adnominal e 1 adjunto adverbial.
Adjunto adnominal – ________________a, atual, um________________
Adjunto adverbial – ________________não, na parede________________

5. Releia o trecho inicial da reportagem.


A expressão “o ídolo de toda uma geração” não faz mais sentido nos dias de hoje. No passado, as gerações se definiam pelos ícones que as representavam.

Contorne a palavra ou expressão responsável pela coesão no trecho.

6. Escreva um parágrafo de até 10 linhas respondendo às seguintes questões.
·      Sua geração tem um ídolo? Quem é ele?
·      Segundo a reportagem, os ídolos transmitem valores próprios de determinada geração. Que valores, no seu ponto de vista, esse ídolo representa?
·      Você concorda com a afirmação de que “Hoje, de seus ídolos, os adolescentes querem apenas a diversão”?











7. Analise os termos destacados nos períodos a seguir e classifique-os em aposto ou vocativo.

a) Oi, Júlio, é a Ana! Me liga. _______vocativo_______
b) Mão, fui na casa da Lu, irmã da Renata. Beijo, Fabiana. _______aposto_______
c) Muita gente tem medo de morcego, único mamífero que voa. ____aposto____

8. Leia a tira a seguir atentamente.





a) Na tira a seguir, há um caso de concordância em desacordo com o que prevê a gramática normativa. Identifique-o e a seguir reescreva o período, segundo a norma-padrão e levando em consideração o contexto da tira.
Eles não conseguem me dobrar!

b) Qual o processo de formação da palavra injustiça?
Derivação prefixal e sufixal.

c) Reescreva as frases do terceiro quadrinho “Eu vou mostrar pra eles! Eu não aprendi a lição!”, unindo-as num único período, utilizando uma palavra ou expressão que faça adequadamente a coesão.
E vou mostrar pra eles que eu não aprendi a lição!

9. Observe a colocação pronominal no primeiro quadrinho e responda ao que se pede.

a) Trata-se de uma
(      ) mesóclise.  (      )  ênclise.   (  ) próclise.

b) Essa colocação pronominal está de acordo com o que prescreve a gramática normativa? Justifique.
Não. Segundo a gramática normativa, o pronome não pode iniciar frase.


c) Levando em consideração o gênero tira, essa colocação pronominal é adequada ou inadequada? Justifique.
Uma vez que o gênero tira é caracterizado pela linguagem coloquial, o uso da próclise em início de frase corresponde ao uso que se faz no português brasileiro, sendo, portanto, adequado.

d) Essa mesma situação de colocação pronominal num texto de divulgação científica seria adequada? Justifique.
Não. O gênero divulgação científica é caracterizado pelo uso de língua-padrão, portanto, seria adequado usar ênclise.
10. Leia atentamente esta charge.


Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#8/5/2013>. Acesso em: 11 maio 2013.

Comente de que forma os elementos visuais dialogam com o título da charge.
Na imagem, utiliza-se um pandeiro, que representa o samba – ritmo tipicamente brasileiro –, em virtude de o novo presidente da OMC ser um brasileiro.